Então, eu comprei flores…

Eu não sei descrever exatamente o que eu quero, mas quando vejo, na hora eu reconheço que era o que eu estava buscando.

Foto por rie rosa em Pexels.com

Há dias estava com esse pensamento: “quero flores aqui em casa!”. Uma vontade de trazer vida, beleza pra dentro do meu lar.

Semana passada, ou antes disso, não me lembro, comprei uma ráfia e uma lavanda. Lindas. Um pouquinho de natureza na sala. Mas ainda não era o que eu genuinamente queria. Cor. Queria cor.

Às vezes isso acontece comigo. Eu não sei descrever exatamente o que eu quero, mas quando vejo, na hora eu reconheço que era o que eu estava buscando.

E foi assim com as flores que comprei hoje.

Já tinha comprado algumas plantas – que meus gatos agradeceram e usaram como playground. Mas fores, flores mesmo, para minha casa, não consigo me recordar.

Fiquei ali sorrindo por um tempo, segurando aquele buquê de sol nas minhas mãos.

Saí de casa determinada. Fui ao mercado, peguei o que precisava, coloquei no carrinho, e parti para o setor de floricultura. Quando as vi, não tive dúvidas. Rosas. Amarelas. Brilhantes. Solares. Só de olhar para elas, senti alegria instantânea, imediata. Fiquei ali sorrindo por um tempo, segurando aquele buquê de sol nas minhas mãos.

Sete rosas amarelas.

 E daí, é inevitável, não começar a fazer associações com esse número. Entre todas as que pensei, a que mais brilhou para mim é que estamos em um ano de número (2+0+2+3), e que este número, no tarot, é o arcano do Carro do Triunfo. Saber manejar com habilidade nossos talentos, usa-los em benefício do que é luminoso.

Era só uma compra de flores, mas quando você começa a observar a vida com a intenção de aprender com tudo que ela te apresenta, as reflexões vão se tornando parceiras de jornada.

Eu poderia ter pesquisado no google o significado das rosas amarelas, mas preferi ficar com a alegria que ela me proporcionou, o quê, para mim, já foi um baita de um significado, e escolhi outro buquê, de astromélias, também amarelas. Juntas, ali nas minhas mãos, tive a certeza de que era o que eu estava procurando. E encontrei.

Voltando para casa pensei que hoje não tenho nenhuma peça de roupa amarela no meu guarda-roupa. Achei um terrível erro da minha parte – que será corrigido. Lembrei que quando criança eu tive a fase de só querer usar roupas dessa cor. Criança sabe das coisas. Era o sol ali manifestado.

Enquanto estou aqui sentada escrevendo, olhando para o vaso em que coloquei somente parte das astromélias – as rosas estão na sala, percebo que elas simplesmente mudaram o tom do lugar. Está vivo – mesmo com os papéis jogados que vou arrumar.

Racionalmente eu não teria escolhido nada nessa cor- basta abrir os armários da casa pra perceber que eu tinha enxotado o amarelo daqui. Mas me deixei conduzir pela alegria.

Não foi somente sobre comprar. Talvez tenha me lembrado de como era estar mais próxima do sol. Do meu próprio sol, ariano leonino, que pede, e sempre pediu, que eu permita que ele possa se expressar.

Com carinho,

Lívia Carolina

Protagonismo não combina com reclamação

Hoje de manhã, durante meus estudos, fiquei refletindo sobre algo que li em minhas anotações, e uns pensamentos que tive sobre reclamação e protagonismo.

Quando alguém reclama de algo, o que a pessoa no fundo quer é que alguém resolva aquilo pra ela. Chama a atenção pra algo que ela julga ser um problema na tentativa de que seja resolvido ou, no mínimo, uma validação pro mimimi.

A questão é que a reclamação, além de ser chato, pesado, que dá preguiça, tira do reclamão a possibilidade de ser protagonista na própria vida.

Se eu reclamo, esperando que alguém resolva, eu passo as rédeas da situação pro outro. Logo, quem tem o poder? O poder está com quem resolve. E quando desejamos que alguém resolva nossas tretas, perdemos uma grande chance de estar no centro do palco. Viramos coadjuvantes, lá no cantinho da cena.

Ser protagonista é o que nos possibilita ser grandes na nossa história.

Ainda sobre a primavera

Talvez viver o encantamento de uma primavera, na primavera, seja uma maneira de perceber que a vida, entre tantas nuances, seja também sobre florescer.

Minha história com a primavera – a planta, não a estação, mas talvez também – é caso antigo, paixão de criança.

Na casa da minha Vó Lita tinha uma primavera, não era da cor dessa foto, mas tão linda quanto. Essa primavera faz parte das minhas memórias de lá, junto com as pilastras da varandinha da frente, o piso encerado, a moto da Dinda, o quarto dos fundos e um quartinho perto da cozinha que tinha uma infinidade de coisas lá dentro, ali era um dos meus fantásticos mundo de Bobby. Eu ainda sinto o cheiro desse cantinho da casa.

Gosto dessas lembranças. Gosto do afeto delas. Gosto de andar pela ruas e me encantar cada vez que vejo, assim, uma primavera enfeitando uma casa, saindo pelo muro, pela grade, colorindo a vida.

Talvez viver o encantamento de uma primavera, na primavera, seja uma maneira de perceber que a vida, entre tantas nuances, seja também sobre florescer.

Com carinho,

Lívia Carolina

Primaverar

É a nossa chance de escolhermos o que queremos plantar, o momento de arar a terra do nosso coração, dos nossos pensamentos e ações para que os nossos desejos possam florescer.

Piscamos os olhos e de repente é setembro. Piscamos de novo, o inverno se foi. A primavera chegou. Fomos flores e frutos, e por fim, nossas folhas secaram, caíram e nos recolhemos. Ainda que este último inverno não tenha trazido tantos ventos gelados ou muitas noites frias, a natureza nos ensina que o inverno é tempo de recolhimento, de nos voltarmos para dentro.

Agora, a natureza, e nós junto dela, vemos mais um ciclo findar e outro começar. É a nossa chance de escolhermos o que queremos plantar, o momento de arar a terra do nosso coração, dos nossos pensamentos e ações para que os nossos desejos possam florescer.

A expectativa pela chegada da primavera sempre traz a promessa de um novo começo, a vontade de finalmente mudar o que precisa ser mudado; é o momento no qual as esperanças se renovam e sentimos que é chegada a hora de “gerar movimento”. Esperança do verbo esperançar, ativar, entusiasmar.

Sinto a primavera como um ano novo, não aquele do calendário, mas um novo ano do coração e da alma, como se a vida nos dissesse que tudo está bem, que sempre está tudo bem, e que basta encarar as coisas sob uma nova perspectiva, deixar de carregar pesos que somente nos atrasam e machucam e tentar encontrar um pouco mais de leveza e beleza nos nossos dias.

A primavera me diz que somente risadas, bons sentimentos, aprendizados e lições, gente querida, momentos bem vividos, e a busca incessante e com amor pela descoberta do nosso verdadeiro propósito merecem ser acumulados. Todo o resto, aquela bagagem velha que nos impede de ser quem verdadeiramente somos, já passou da hora de deixar para trás.

É essa promessa de frescor, de renovação, algo como a véspera do dia do aniversário, uma sensação de festa e alegria, de vida fértil, explodindo em aromas e cores, que nos dá uma certeza de que as possibilidades são realmente infinitas.

Seja bem-vindo equinócio! Seja bem-vinda primavera! Sejamos bons um com outro e me permita semear em teus dias as sementes dos meus sonhos.

Com carinho,

Lívia Carolina

Tudo Novo de Novo

Simplesmente pela grande magia que é escrever.

Quantas vezes nos sentimos inadequados por querer fazer alguma coisa que ninguém mais está fazendo, porque não está mais na moda, ou por tantas outras razões que agora não consigo me lembrar.

Explico. Pensa e responda rápido: você conhece alguém que ainda escreve blogs? Pois é. Eu também não. 

Esse foi o primeiro pensamento que tive logo depois da ideia que brotou na minha cabeça: escreva, volte a escrever, escreva um blog.

A ideia veio, linda, reluzente, com letreiro em pisca-pisca (visualizou?). É isso! Vou escrever. Animei, entusiasmei. Depois esfriei. Veio aquele sentimento malandro de inadequação. Em 2023, quem lê blog, Lívia Carolina? Você. Você lê. Você escreve e você lê. Relutei. Sabe a mente contando mil historinhas. Pedi um sinal. Abri o Netflix, escolhi um filme de forma aleatória e advinha só? Não é que a protagonista escrevia. Ainda assim, hesitei.

Nessase passaram dias e dias, no mínimo quinze – no mínimo. E a aba do blog lá no meu computador, aberta, parada. E por quê? Oras, você precisa de um tema, um nome, um layout bonito, e toda essa conversa que a resistência nos conta para que a gente não avance no que quer que seja.

Corta para hoje. 23 de setembro de 2023. 

Não sei se foi a lua crescente, a chegada da primavera, a vida me testando, ou tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, cá estou eu. De novo. Tudo novo de novo.

Deixar os pensamentos brotarem, as ideias fluírem, fazer uma ciranda com as palavras.

Expressar emoção.

Não sei qual é o número desse blog (tive uns 5,6, já não lembro). Todos com nomes pensados, layout, redes sociais, etc e etc. E cada um deles foi ficando pelo meio do caminho. Nunca deixei de gostar de escrever mas fui me cansando deles porque foram se tornando obrigações – e por outras cositas que tive aoportunidade de refletir ao longo de todo esse tempo longe disso que tanto me alegra: escrever simplesmente pelo prazer e pela alegria de escrever. Deixar os pensamentos brotarem, as ideias fluírem, fazer uma ciranda com as palavras. Expressar emoção.

Nome: Meu Blog.
Layout: o primeiro que encontrei aqui no blogger.
Um blog sobre… o quê eu tiver vontade de escrever. Quando eu tiver vontade de escrever.

Simplesmente pela grande magia que é escrever.

Com carinho de mim pra mim, e pra você que por acaso passar por aqui,

Lívia Carolina!